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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dia da Justiça

Em 1955, em Campina Grande, na Paraíba, um grupo de boêmios fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão.
Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, recentemente saído da Faculdade e que também apreciava uma boa seresta.
Ele deu entrada em uma petição em Juízo para que fosse liberado o violão.
Aquele pedido ficou conhecido como “Habeas-Pinho”, com a famosa petição homenageamos o dia de hoje:

HABEAS-PINHO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca:O instrumento do crime que se arrolaNeste processo de contravençãoNão é faca, revólver nem pistola,É simplesmente, doutor, um violão.Um violão, doutor, que na verdade,Não matou, nem feriu um cidadão,Feriu, sim, a sensibilidadeDe quem o ouvia vibrar na solidão.O violão é sempre uma ternura,Instrumento de amor e de saudade,Ao crime ele nunca se mistura,Inexiste entre eles afinidade.O violão é próprio dos cantores,Dos menestréis de alma enternecidaQue cantam as mágoas e que povoam a vidaSufocando suas próprias dores.O violão é música e é canção,É sentimento de vida e alegria,É pureza e néctar que extasiaÉ adorno espiritual do coração.Seu viver, como o nosso, é transitório,Porém, seu destino se perpetua,Ele nasceu para cantar na ruaE não para ser arquivo de Cartório.Mande soltá-lo pelo amor da noite,Que se sente vazia em suas horas,Para que volte a sentir o terno açoiteDe suas cordas leves e sonoras.Libere o violão, Dr. Juiz,Em nome da Justiça e do Direito,É crime, porventura, o infelizCantar as mágoas que lhe enchem o peito?Será crime, e, afinal, será pecado,Será delito de tão vis horrores,Perambular na rua um desgraçadoDerramando ali as suas dores?É o apelo que aqui lhe dirigimos,Na certeza do seu acolhimento,Juntando e esta petição aos autos nós pedimose pedimos também DEFERIMENTO!
Ronaldo Cunha Lima – Advogado


PLENA ENERGIA 

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